sábado, 11 de abril de 2009

Os estudantes Latino-Americanos e Caribenhos rumo a Conferência Mundial de Educação Superior da UNESCO 2009


Ocorrerá durante os dias 6 a 8 de julho deste ano em Paris, a Conferência Mundial de Educação Superior da UNESCO, com o tema: “As novas dinâmicas da Educação Superior”. O evento ocorrerá onze anos após a realização da 1ª Conferência no ano de 1998. Neste marco se reunirão os principais atores da Educação Superior a nível mundial.

Durante o Fórum Social Mundial de 2009, o movimento estudantil lançou a Campanha: “Educação não é mercadoria. Pela retirada da educação dos Acordos da OMC”. A campanha apresenta uma plataforma e convoca a todo o movimento educacional defensor da educação pública, a conhecer e contribuir com os principais temas que se tratarão oportunamente na CMES.

Atividades desenvolvidas pelo movimento estudantil latino Americano

Desde o processo de preparação para a Conferência Regional de Educação Superior – CRES 2008, organizada pelo IESALC – UNESCO, os estudantes tem realizado importantes ações de discussão e preparação para a CMES 2009. As plataformas estudantis a nível nacional tem se preparado discutindo as principais linhas e tendências da Educação Superior em América Latina, desde a Reforma Universitária de Córdoba até nossos dias.
Durante este mês de abril, estará ocorrendo à mobilização realizada pela OCLAE, nos países do Cone Sul: Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai. Esta ação é fundamental para a unidade do movimento estudantil latino-americano rumo a Conferência.
No Uruguai a Campanha foi apresentada ao Conselho Federal de Centros de Estudantes da FEUU (Federação de Estudantes Universitários do Uruguai). A Federação que nos próximos dias completará seus 80 anos de fundada, realizará neste marco uma reunião das entidades estudantis do Cone sul que debaterá uma posição conjunta a Conferência. Em reunião com a Ministra de Educação María Simon, os estudantes apresentaram a campanha e ressaltaram que o sistema de Educação Superior Uruguaio é um modelo a ser seguido, pois o acesso a Universidade é livre, gratuito e apenas 10% das matrículas estão em IES privadas. Os estudantes se reuniram ainda com o Reitor da Universidade da República Prof. Dr. Rodrigo Arocena, que elogiou a iniciativa e se comprometeu a apresentar a plataforma ao Conselho Diretivo Central (CDC) da Universidade. Em reunião com o Secretário Geral da Associação de Universidades Grupo Montevidéu, Prof. Dr. Rafael Guarga, o mesmo expressou que pela primeira vez um dos atores envolvidos no processo da Conferência apresentou com clareza a necessidade de que a educação seja regida exclusivamente pela UNESCO dentro das Nações Unidas.

Na Argentina o lançamento da campanha ocorreu na Universidade Nacional de La Plata, com diversas lideranças do movimento estudantil. “Estamos discutindo desde o Congresso da Reforma Universitária América Latina Educa, uma plataforma que atualize a luta pela Reforma Universitária e dentro dela ocupa destaque a condena da inclusão da educação na OMC”, disse Gabriel Merino, Secretário de Relações Internacionais da FUA (Federação Universitária Argentina). Os argentinos reproduzirão o material da Campanha, com o apoio da Universidade de La Plata. Segundo o Reitor Aspiazu é fundamental a massificação dos temas relacionados à Conferência entre a comunidade acadêmica. Os estudantes estiveram com a Deputada Puiggros, Presidente da Comissão de Educação da Câmara Nacional e redatora do Projeto de Lei de Reforma Universitária. Segundo a deputada existem muitos temas por serem solucionados na Argentina, mesmo em um país onde o acesso a Universidade é livre e gratuito e 75% das matriculas estão nas IES públicas, persistem temas como: assistência estudantil e a grande concentração das universidades nos grandes centros urbanos, como é o caso da grande Buenos Aires que concentra um total de 50% das matrículas do Ensino Superior.

No Paraguay a campanha esteve presente na Universidade Nacional de Assunção (UNA), durante assembléia da Faculdade de Arquitetura foi lançada a Campanha. Participaram também estudantes de outras faculdades da UNA, da Universidade Católica (UCA) e estudantes secundaristas. Foram debatidos temas relacionados ao movimento estudantil latino americano e a Reforma Universitária no Paraguay. “Esta campanha tem tudo haver com a nossa realidade de luta pela Reforma Universitária”, disse Eduardo Guerrero, presidente do Centro de estudantes da Faculdade de Arquitetura da UNA. No Paraguai a abertura de IES privadas se dá através de prévia aprovação do parlamento, fruto disso, muitos parlamentares outorgam a si mesmos o direito de abrir uma instituição privada. “Nossa luta é contra os próprios parlamentares que legislam em beneficio próprio e muitas vezes impedem a consolidação da Universidade Pública” reafirmou Eduardo.

Na Universidade Nacional del Este – UNE, em Ciudad del Este, o debate ocorreu junto aos representantes estudantis do Conselho Diretivo da Universidade. Os estudantes mostraram-se muito interessados na plataforma de discussão de integração regional discutida no último período, Cidad del Leste é uma região estratégica, localizada na tríplice fronteira: Brasil, Paraguai e Argentina. A UNE faz parte do sistema de mobilidade estudantil gerido pela Associação de Universidades Grupo Montevidéu (AUGM). Ressaltaram ainda que durante o 6º Congresso de Universidades Públicas do Paraguai realizado no final do ano passado na UNE, adotou uma posição clara de luta contra a abertura de Universidades privadas no país.
A mobilização terá continuidade durante os próximos dias por Venezuela, Trinidad e Tobago, onde ocorrerá a Cúpula da OEA e no México.

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